terça-feira, 20 de setembro de 2011

das minhas noites a S Ó S comigo mesma

não poderia deixar de falar-lhes
escrever-lhes
antes do fim do ano
- que vem a galope
tirando o natal empoeirado
do saco do bom velhinho
e das mangas dos publicitários de plantão -

precisava falar sobre,
antes de chegado o esperado e temido
fim
- e de todas as chatices e preparações que (não) se antecipam -

o fim da faculdade
o fim do tcc.
o fim de uma ERA
o fim de uma vida
a vidinha de uma criança trabalhosa
malcriada
mas tão bem zelada e cuidada que foi
essa tal faculdade

e de moda! ainda por cima,
essa guria quis inventar ser gente grande diferente
uma nova coisa, desconhecida
- vai virar costureira?

quem dera virasse, e com orgulho.

mas me formo estilista
pomposo, né? ryco - só de status e que paga pouco
o grande grande gatsby dos cursos

mas será o benedito?
paga pouco, trabalha-se muito
isso é para poucos - e sábios ou demasiado estúpidos?
:
satisfazer-se com o seu trabalho.
deixando no vão da amnésia, todas as agruras
e percalços
e salários e freelas mal pagos
e tempo parco para si mesmo
e celebra-se o amor à profissão.

se me perguntarem
se me emociono com um desfile
desculpa
não

choro com filmes mal feitos
final de novela
cachorro abandonado
tpm
simplicidade
se abujamra me perguntasse,
sim choro diante da beleza
e diante de tudo que me convem rolar lágrimas

mas a MODA
tem dois caminhos na minha vida
acho
é o palpável do dia a dia
sim, trabalho com isso, diretamente.
mas, não, não conheço e ja-mais conhecerei
tudo da moda
tudo na moda
todo o universo que ronda
esse pequeno ponto
eXquisito e torto
que é

- a vaidade humana
o desejo
a vontade latente
a felicidade material
-

a moda
é pertencente a um mundo misterioso

... que
admito
se esvai nas noites de poeira nos olhos
canseira do computador nos joelhos o fim de semana todo
as quartas-feiras a ouvir sobre marketing e abra na página 254 do kotler
ou a alfinetar um inocente manequim de moulage
e... CRIEM! em uma plena segunda-feira de pitos
e estresses no trabalho

mas respira-se fundo
toma-se o ar da madrugada
menos poluída
de uma são paulo mais úmida

e resgato a vontade
o amor que me moveu às escolhas que fiz
e o sinto
leve, como uma chaminha azul de fogão
muito quente e trêmula
a lembrar-me do sentido das coisas




perdoem a ferrugem na minha escrita
a vista já arde do dia e da luz branca
e o tempo escorre - não o tenho nunca
- mas só esse ano, de tcc -
só me sobram comigo mesma
e com dominique
a espreitar um dedo estendido para enroscar-se de carinho
as noites, de semana
chega em casa, banho, comida, dormir.

às vezes um garcia marques me ganha na cama, duas linhas e tchau
e poucas after midnight a inspiração chega a esse nível
de falar-lhes
no mundo cor de rosa antigo do gato preto

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