em casa
depois de algumas horas
sambando
sem acreditar
que poderia algum dia
ter a ginga da morena
longe disso - pelo menos um touch
de mulatice nessa existência albina
fui lá
descrente
e sem esperanças
depois de goles largos
da original
amarela e gelada
...sambei
como nunca
como nunca havia me visto
sambar. dançar?
fazia tempo TEMPO
o sentimento da vida
transbordando pelas têmporas
e um constante e reconfortante
sentimento de foda-se
colado em mim
to fazendo certo? foda-se
to dançando direitto? foda-se
o dobrar dos joelhos
queimando
o quadril de bailarina imóvel
por anos
-
se algum dia poderei ter esse título
-
o respirar a música
o perder-se
o encontrar-me.
minha alma
ou esse algo de essencial que sou
tão suspiros
leve, solta de tudo
livre do boteco
e pesada - ao mesmo tempo
a constante
briga
entre cérebro
e esse bater ininterrupto
os pensamentos
e os sentimentos pesados
caem no infinito do deixamos pra depois
e cedem espaço
à música
a noel
e às notas do saudosíssimo
o corpo
especialmente contorcendo-se
em um samba solitário
verdadeiro e entregue
à minha vontade
à necessidade
de mandar o mundo pra fora
colocar o sangue em segundos de passitos
dançar voltou
a ser prioridade
para minha própria
saúde mental
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