sábado, 22 de setembro de 2012

das horas cálidas de conversas infinitas.

apago
apago-te, apago tudo
o mundo
lembranças
de um passado duvidoso
parco, sentimental
mente
me apago
de momentos
ignoro
o desatino de um coração alheio
diferente deste

entendo
que não
e afasto a hipotética
que não foi

me levanto
sedenta
com olhos claros
esclarecidos
pensamentos acertados
e
mesclo
passado ainda mais
remoto
distante
e presente sutil
de sutilezas delicadas
de conversas homéricas
de gente

me insiro
nos cantos de verbena
momentos de ouro
honrosos, belos, fugazes
me apego
no afago das horas vagas
comigo mesma


junto
nos diasnoitesbrancas
de outrora
longínquospróximos
aproximo
sentidos vorazes
voz
de entendimento absurdo
de timbre tal qual meu

procuro
aconchego
em mim
em quem

me quer bem.


Um comentário:

  1. e quanto aos aconchegos perdidos em algum lugar por detrás das estantes da memória?

    um sim, um não e um talvez, que talvez já se tenha achado.
    um bis, um cão, um por quê, e o naufrágio destes sonhos despejados...

    ah! como soam tolas as palavras deste pobre fantasma...


    escondo-me detrás dos guarda-chuvas.
    enquanto corro rua à fora.
    tentando recordar como foi que deixei escapar entre meus dedos...

    aquilo
    que jurei
    ser tão perfeito.


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